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Desbloqueio deve elevar preço de celulares
As regras da Anatel não põem fim à cobrança de multa caso o cliente fidelizado decida trocar de operadora, rompendo o prazo de 12 meses.
O mercado de telefonia celular rachou com a decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de tornar obrigatório e gratuito o desbloqueio de celulares.
Oi e TIM apoiam a decisão da agência e já implementaram um novo modelo de negócios baseado na venda de chips e promoções. Claro e Vivo aguardam a publicação da medida no "Diário Oficial da União", prevista para segunda-feira, para definir sua estratégia.
Ambas ainda investem bastante na venda de telefones bloqueados com subsídio, uma forma não só de atrair novos clientes pós-pagos como de gerar tráfego e receita ao fidelizá-los à companhia por um ano.
As regras da Anatel não põem fim à cobrança de multa caso o cliente fidelizado decida trocar de operadora, rompendo o prazo de 12 meses. Mas, na prática, abre caminho para que um cliente com aparelho subsidiado por uma operadora use o chip da concorrente. E isso significa perda de receita, pois a companhia não terá tráfego.
É exatamente por isso que Claro e Vivo devem aumentar os preços de celulares aos clientes pré-pagos, que respondem por 80% da base de assinantes.
Embora o subsídio aos aparelhos de assinantes pós-pagos seja maior que o do pré-pago, as chances de perdas de receita são menores. Isso porque, além de o subsídio já estar embutido no preço dos planos, a mensalidade referente ao pacote de minutos será descontada de qualquer forma, quer o cliente utilize ou não a operadora.
Analistas acreditam que a regra da Anatel irá modificar a configuração do mercado. "O subsídio de aparelho fazia sentido quando as teles começaram a se instalar no país", diz Juarez Quadros, ex-ministro das Comunicações e hoje sócio da Órion Consultores. "Hoje elas só tomam clientes umas das outras da base de pós-pagos. Não é mais o aparelho que atrai um assinante."
Preço faz diferença
Quando um aparelho é desbloqueado, o assinante pode utilizar qualquer chip para fazer ou receber chamadas. É o que faz boa parte dos clientes pré-pagos com aparelho desbloqueado como forma de se beneficiar falando entre celulares da mesma operadora.
Toda vez que uma operadora chama um telefone da concorrente, existe a cobrança de uma tarifa de interconexão, algo que encarece bastante a chamada.
Oi e TIM defendem que o cliente deve ter a liberdade de escolher a operadora e preparam promoções para estimular as chamadas dentro da própria operadora para qualquer lugar do país. Claro e Vivo não quiseram se pronunciar.